domingo, 17 de janeiro de 2010

A japonesa que se apaixonou pela Académica



Os adeptos "doentes" do Coro da Capela da Universidade de Coimbra "contagiaram" a japonesa Sayuri a apaixonar-se pela Académica, que assiste a todos os treinos da equipa e não falta um jogo dos "estudantes".

"Inicialmente gostava do FC Porto, do tempo do José Mourinho, mas, depois de começar a cantar no grupo coral da Capela da Universidade de Coimbra, comecei a gostar da Académica. Aqueles 'doentes' pelo clube contagiaram-me e costumo ir ver os jogos com uma colega (a Sara) que pertence à Mancha Negra", começou por explicar Sayuri à Agência Lusa.

Apesar desta explicação, o "baptismo" nesta sua nova "religião" começou em 2004. "Fui comprar umas lembranças à loja da Académica para levar para os meus amigos de Tóquio. A funcionária perguntou-me se já tinha visto algum jogo do clube. Eu respondi que não; então ela ofereceu-me um bilhete, creio que foi o jogo Académica-Rio Ave, no qual a Académica ganhou, penso eu, por 2-1", salientou - esse gesto cativou a jovial japonesa.

E foi essa espécie de "clique" que fez com que agora não perca pitada do clube dos "estudantes" (jogos e treinos), fazendo inveja a muitos adeptos de Coimbra, pois percorre, a pé, alguns quilómetros para ver diariamente os seus ídolos a treinarem-se.

"Sou sócia desde Janeiro de 2009, mas já antes via quase os jogos todos, desde a época 2007/2008", revelou. O "culpado" também deste "amor à camisola" deve-se, imagine-se, a Domingos Paciência.

"Sou fã de Domingos Paciência como treinador. O tipo de jogo enérgico que impõe é que me fez despertar desde Setembro de 2007, altura em que ele entrou para o lugar de Manuel Machado. Apesar disso, no domingo contra o Braga é para vencer", sublinhou a adepta.

Questionada sobre as razões que a levam a gostar tanto da "Briosa", Sayuri reiterou que gosta do ambiente no estádio, do clube e até da modalidade. "Algo tocou dentro de mim. Pretendo continuar assim (sócia e assídua). Tenho muitos amigos portugueses. Estou bem ambientada e adaptada. Sou sócia do clube e também da Mancha Negra", justificou.

Disse também que não é caso único em Coimbra, pois sublinha que "muitos estrangeiros gostam da Académica" e que o seu grande sonho seria que a Académica fosse conhecida no Japão. "Porque não uma visita, uma tournée, um estágio?", desafiou.

Mas Sayuri não quer estar sozinha nesta dedicação à centenária instituição. "Vou convidar colegas para ir a um jogo quando estiverem num Curso de Férias na Universidade", concluiu.

Sayuri, de 41 anos, é licenciada em Ciências Documentais pela Universidade de Toyo, em Tóquio. Trabalhou numa biblioteca japonesa, antes de vir para Portugal, para a Universidade de Coimbra. Frequentou, durante dois anos, o Curso de Português para Estrangeiros e durante mais três o Curso de Especialização em Ciências Documentais na centenária instituição conimbricense.

Veio também com o objectivo de aprender guitarra portuguesa em 2002. Agora, desempregada, mas a fazer um estágio profissionalizante na Biblioteca do Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra, passa ainda o seu tempo ocupada com mais dois "amores": o Coro da Capela da Universidade de Coimbra e a "sua" Académica.



in:http://desporto.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1418000